Suplementação alimentar a partir de bagaço de malte.
Abstract
Brazil is the third largest beer producer in the world, with a composition that contains over 85% malt. Approximately 14 billion liters of beer were produced in 2022. The waste of malt husks is a significant concern, considering the significant volume of generated waste. It is estimated that 2.8 million tons of malt husks are either discarded in landfills or donated for animal feed, resulting in economic losses and negative environmental impacts. This also leads to the loss of resources, as malt husks are rich in fibers, nutrients, phenolic compounds, and antioxidants, with a high potential for reuse.Given this scenario and the concern for the environment and public health, the objective of this study is to produce a functional food supplement from malt husks obtained from the beer industry using drying and pelletization methods, specifically extrusion-spheronization. The aim is to obtain pellets with a particle size of 0.500 to 1.500 mm and maximum incorporation of malt husks in the formulation (concentration between 70% and 90%). The microgranules were evaluated based on results of particle size distribution, mean Sauter diameter, moisture content, dietary fiber content, and protein content.The best pelletization process condition was achieved with a spheronization time of 35 seconds at a rotation speed of 900 rpm and incorporation of 90% malt husks. This resulted in pellets with a mean Sauter diameter of 0.919 mm, fiber content of 40.7%, and moisture content of 4.5%. The production of the supplement from brewery waste showed promising results, indicating it as a viable and innovative alternative for utilizing malt husks and supplementing human nutrition. The pellets obtained fell within the particle size range established by the pharmaceutical industry and had a high dietary fiber content.Thus, the "Maltvita" was developed, which was chosen as the name for the project by combining the words "malt" and "vita," which comes from Latin and means "life." This name reflects the idea of a food product that promotes wellbeing and quality of life. O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, cuja composição possui mais de 85% de malte, sendo produzidos cerca de 14 bilhões de litros em 2022. O desperdício do bagaço de malte é uma preocupação relevante, considerando o volume significativo de resíduos gerados, estima-se que uma geração de 2,8 milhões de toneladas deste são descartados em aterros ou doados para ração animal, resultando em perdas econômicas e impactos ambientais negativos, também acarretando a perda de recursos, já que o bagaço de malte é rico em fibras e nutrientes, além de compostos fenólicos e antioxidantes, possuindo um alto potencial de reutilização. Diante deste cenário, perante a preocupação com o meio ambiente e a saúde da população, este trabalho possui como objetivo produzir um suplemento alimentar funcional a partir do bagaço de malte proveniente da indústria cervejeira pelos métodos de secagem e pelletização por extrusão-esferonização, a fim de obter pellets com granulometria de 0,500 a 1,500 mm e a máxima implementação de bagaço de malte na formulação (concentração entre 70 % e 90 %). Os microgrânulos foram avaliados por meio dos resultados de distribuição granulométrica, diâmetro médio de Sauter, teor de umidade, teor de fibras alimentares e teor de proteínas. A melhor condição do processo de pelletização foi obtida com um tempo de esferonização de 35 segundos em uma rotação de 900 rpm e incorporação de 90 % de bagaço de malte, resultando em pellets com diâmetro médio de Sauter de 0,919 mm, teor de fibras de 40,7 % e teor de umidade de 4,5 %. A produção do suplemento a partir do resíduo da cervejaria apresentou resultados promissores, indicando ser uma alternativa viável e inovadora para o aproveitamento do bagaço de malte e complementação da nutrição humana, uma vez que foi possível obter pellets com diâmetro dentro da faixa de tamanho estabelecida pela indústria farmacêutica com alto teor de fibras alimentares. Desta forma, desenvolveu-se o “Maltvita”, cujo nome foi escolhido para apelidar o projeto juntando as palavras "malte" e "vita", que vem do latim e significa” vida”, remetendo à ideia de um alimento que promove o bem-estar e a qualidade de vida.