Desenvolvimento de ração para peixes a base do inseto Hermetia Illucens

Abstract

As pesquisas em andamento buscam minimizar o impacto da pesca predatória nos ecossistemas. A matéria-prima de farelo de peixe, oriunda da pesca predatória, é um recurso limitado. Diante disso, cresce o interesse por alternativas sustentáveis na produção de rações para peixes, considerando que as atuais têm como matéria-prima principal as carcaças de peixe. Este trabalho teve como objetivo o uso da farinha de larvas advinda do inseto Hermetia Illucens no desenvolvimento de uma ração para peixes, como uma fonte de proteína inovadora e ambientalmente consciente destinada à aquicultura. Além disso, foi desenvolvida uma segunda ração utilizando o farelo de peixe como grupo de controle, para efeito de comparação de ganho de massa no desempenho dos peixes da espécie Tilápia da Flórida alimentados por esses dois tipos rações. Ambas as rações foram produzidas em forma de pellets (microgrânulos) pelo processo de extrusão-esferonização, tendo como referência para suas formulações o teor de proteínas. Em seguida, passaram pelo processo de secagem em estufa. As rações foram avaliadas por meio de análises físico-químicas para determinar a composição centesimal de ambas. Posteriormente, realizou-se uma análise de crescimento dos peixes, alimentados com as rações, como parte integrante do processo avaliativo. No decorrer de um período de 30 dias, as tilápias que receberam a ração à base de larvas apresentaram um aumento de 54 % em sua massa em comparação com aquelas que foram alimentadas com ração de peixe. A ração de insetos mostrou excelente conversão alimentar, enquanto a de farelo de peixe teve desempenho inferior. As formulações apresentaram composição centesimal semelhantes, indicando viabilidade nutricional ao substituir o farelo de peixe pela larva do Hermetia Illucens, presente em grande escala no Brasil. Dessa maneira, a ração para peixes contendo larvas do inseto Hermetia Illucens é uma alternativa promissora quando comparada com uma baseada em farelo de peixe. No entanto, os resultados sugerem oportunidades de aprimoramento nas formulações, especialmente em flutuabilidade, que apresentou valores abaixo de 80 % que é o mínimo exigido para pellets com dimensões reduzidas, e tendência a oxidação lipídica, pois os pellets apresentaram teores altos de lipídios possuindo baixa atividade de água, para aprimorar os resultados obtidos nos testes.

Other ongoing research aims to minimize the impact of predatory fishing on ecosystems. The raw material for fish meal is derived from predatory fishing, which is a limited resource. Consequently, there is a growing interest in sustainable alternatives for fish feed production, considering that current practices primarily utilize fish carcasses. This study aimed to utilize larvae meal from the Hermetia Illucens insect in the development of fish feed, serving as an innovative and environmentally conscious protein source for aquaculture. Additionally, a second feed was developed using fish meal as a control group, allowing for a comparison of mass gain performance in Florida Tilapia fed with these two types of feeds. Both feeds were processed into pellets (micro granules) using the extrusion-spheronization method, with protein content as a reference for formulation. Subsequently, they underwent a drying process in an oven. The feeds were assessed through physicochemical analyses to determine their proximate composition. Following this, a fish growth analysis was conducted as an integral part of the evaluation process. Over a 30-day period, tilapias fed with larvae-based feed showed a 54% increase in mass compared to those fed with fish meal. Insect-based feed demonstrated excellent feed conversion, while fish meal feed showed inferior performance. The formulations exhibited similar proximate compositions, indicating nutritional viability when replacing fish meal with Hermetia Illucens larvae, abundant in Brazil. Thus, fish feed containing Hermetia Illucens larvae emerges as a promising alternative compared to fish meal-based feed. Nevertheless, the results suggest opportunities for improvement in formulations, especially regarding buoyancy, which fell below the 80% minimum requirement for pellets with reduced dimensions. Additionally, there was a tendency toward lipid oxidation, attributed to high lipid content in the pellets with low water activity. Addressing these aspects is essential to enhance the outcomes obtained in the tests.