Análise sistêmica de embalagens de polietileno no pós-consumo: emissões, energia e emergia
Abstract
Apresenta-se a proposta de modelo sistêmico para sistemas de embalagem de polietileno até o pós-consumo utilizando a metodologia de diagramas de fluxos de energia da avaliação emergética, com a validação através de dados pesquisados em publicações para a situação atual. Propõe-se também três cenários baseados no Relatório Especial para Cenários de Emissões do IPCC, 2007. Analisa-se através do modelo a categoria de impacto de potencial de aquecimento global, além de consumo de água através de inventários de ciclo de vida. A demanda de energia incorporada é abordada pela metodologia do RBE – requerimento bruto de energia – da análise energética e dois índices da avaliação emergética são calculados na validação do modelo: a intensidade emergética ou transformidade e renovabilidade emergética ou sustentabilidade. O modelo mostra-se robusto tanto para a situação presente incluindo o pós-consumo como para a rota alcoolquímica analisada. As emissões de CO2 são menores para a rota alcoolquímica, cenário baseado na narrativa B2 do IPCC, que também apresenta renovabilidade emergética modificada (%R*) maior. A análise da demanda total de energia e da utilização de recursos não renováveis revela que a produção de polietileno a partir de etanol de cana-de-açúcar iniciada em 2011 no Brasil, leva à obtenção de indicadores melhores na comparação entre as rotas, entretanto, como é esperado de sistemas industriais tradicionalmente baseados em recursos não renováveis, a sustentabilidade, mesmo no melhor cenário, é baixa, devendo-se em parte aos recursos renováveis utilizados na produção de energia no Brasil. A proposta de um modelo comum para diversas metodologias sistêmicas deve ser objeto de novas pesquisas, pois as simulações derivadas destes modelos são instrumentos poderosos de suporte para tomadas de decisão de efeito global.